14 March, 2012

O hipster e a linguagem

As palavras são como a roupa: têm modas. Ultimamente, está na moda o vintage, que foi adaptado também ao discurso. Os hipsters lisboetas, que têm o seu quê de etnógrafos, invadiram tascas e jogos da bola em busca de termos castiços. Assim se explica a reentrada em força no vocabulário contemporâneo de sintagmas como “cum catano” (sic) “do caneco” ou “do camandro”, particularmente usados para comentar músicas novas de bandas alternativas no facebook. Um determinado grupo adoptou ainda o naice (aportuguesamento ortográfico de nice). É verdade, a tradução fonética de anglicanismos tornou-se muito popular. A vida não está de resto fácil para os estrangeirismos. Usa-se fixe em detrimento de cool,  teledisco para substituir videoclip ou adopta-se o gostar em vez de curtir, que tem travo brasileiro. Em caso de dúvida, é conversar mais com as nossas avós. Tudo o que sai da boca delas é cool. Desculpem, da cena
(Foto: muito vintage e muito lusitana da nossa Miss Portugal de 1930. Chamava-se Fernanda)




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